Ontem, 17 de setembro de 2025, o Brasil viveu mais uma “superquarta”: Copom por aqui e decisão de juros nos EUA lá fora — e a pergunta de milhões é se a taxa Selic fica mesmo em 15% e por quanto tempo. A expectativa do mercado é de manutenção agora, com cortes só no horizonte de 2026, cenário que influencia de financiamentos a investimentos de renda fixa e variável.
Por que o Copom tende a segurar agora
Depois de um ciclo agressivo de alta desde 2024, o Copom levou a Selic para 15% em junho e sinalizou fim do aperto. A inflação de 12 meses desacelerou para 5,23% em julho, mas segue acima da meta de 3% (tolerância ±1,5 p.p.), o que sustenta a postura cautelosa do Banco Central. O consenso em pesquisa da Reuters é de manutenção hoje; a CNN Brasil também projeta estabilidade, com comunicado após as 18h30.
Boletim Focus, câmbio e juros futuros
As projeções do Focus apontam IPCA em 4,83% para 2025 e 4,30% para 2026. Para a Selic de 2026, economistas reduziram recentemente a mediana para 12,38% — leitura de que os cortes viriam em 2026 conforme a inflação ceder e as expectativas ancorarem. Em paralelo, o real se fortaleceu nas últimas semanas, ajudando no combate aos preços via canal cambial.
O que isso significa na prática
Crédito e dívidas
Empréstimos rotativos e pessoais permanecem caros; renegociação e alongamento de prazos podem aliviar fluxo de caixa, mas exigem disciplina para não reabrir o ciclo de endividamento. Juros altos penalizam linhas indexadas à Selic, como o crédito consignado e parte do capital de giro.
Investimentos
Renda fixa segue atrativa: pós-fixados atrelados à Selic protegem caixa; prefixados exigem convicção de queda futura de juros; inflação (IPCA+) defende poder de compra. Na renda variável, altas recentes do Ibovespa refletem apostas em “peak rates”, mas volatilidade permanece enquanto o BC não sinalizar cortes. A CNN destacou máximas históricas do índice nesta semana, reforçando esse humor.
Risco regulatório e sistema financeiro
O BC apertou regras para instituições de pagamento — exigindo autorização prévia e encurtando prazos — para reduzir riscos sistêmicos. Mudanças prudenciais tendem a elevar a barreira de entrada, mas aumentam segurança do sistema.
Estratégia tática para os próximos 90 dias
Mapeie seus vencimentos e reprecificações (CDBs, LCIs/LCAs, IPCA+), avalie travas em prefixados curtos (6–18 meses) se você acredita em cortes no 1º semestre de 2026, e use caixa em pós-fixados enquanto monitora inflação e câmbio. Quem investe em ações pode privilegiar setores menos sensíveis a juros no curto prazo (elétricas com contratos longos, exportadoras) e ter uma “caixa de oportunidades” para quedas.
Perguntas Frequentes
Selic alta derruba a bolsa?
Nem sempre. Em momentos de “pico de juros”, o mercado antecipa cortes e reprecifica ativos. Ainda assim, a volatilidade cresce até o BC sinalizar um ciclo claro de queda.
Quando os cortes podem começar?
Consenso atual aponta 2026, com mediana do Focus e sondagens da Reuters indicando recuo gradual da Selic no próximo ano.
E a inflação, está sob controle?
Desacelerou, mas segue acima da meta. Em julho, estava em 5,23% no acumulado de 12 meses.
O que acompanhar no comunicado do Copom?
Linguagem sobre expectativas, mercado de trabalho, serviços e balanço de riscos (câmbio, commodities, fiscal).
Mudanças nas regras do BC afetam meu banco digital?
Tendem a afetar novos entrantes e fintechs sem autorização. Para o cliente, a ideia é mais segurança regulatória.


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